Texto: Nívia Ribeiro
Fotos: Divulgação
O que refrigera a
alma? Para mim, a leitura e a escrita cumprem muito bem o papel. É
companhia em momentos de tristeza; alegria; solidão; nostalgia... e
até de ócio!
A morte do escritor
colombiano Gabriel García Márquez, no
mês de abril,
me trouxe um sentimento de nostalgia e, com ele, a vontade de reler
“Cem anos de solidão” e “O amor no tempo do cólera”.
O
fato me fez refletir em como uma pessoa pode passar pela terra sem se
dar o prazer de ler ou ouvir poemas do português Fernando Pessoa ou
ter passado a infância suprimido da sonoridade dos brasileiros
Carlos Drummond de Andrade; Cecília Meireles, pelo menos “A canção
dos tamanquinhos” ou “Ou isto ou aquilo”.
Com
os pensamentos a vagar pelo mundo fantástico das letras, viajo ao
sul do Brasil em encontro a Érico Veríssimo, com o seu “Ana
Terra”. Da seriedade dos romances do pai, chego ao humor presente
nas crônicas do filho Luís Fernando Veríssimo.
Retorno
a Minas, especificamente a Cordisburgo e me permito embrenhar em
“Grandes sertões veredas”, de Guimarães Rosa.
Penso
em termos de país e me vem à mente o ufanismo de José de Alencar,
contando a história da formação do povo brasileiro com o amor do
branco europeu pela índia “Iracema”. O Brasil colônia também é
relatado em muitas palavras de Gilberto Freyre, em “Casa grande e
senzala”. Graciliano Ramos já é mais regional ao relatar a dura
realidade dos retirantes nordestinos em “Vidas secas”. Machado de
Assis, por sua vez, escolhe como cenário a sociedade hipócrita de
época, do Rio de Janeiro, para criticar em “Memórias Póstumas de
Brás Cubas”. Jorge Amado, ah! Esse baiano arretado também se
inspirou na própria terra e, dotado de uma imaginação pra lá de
fértil, fez de suas obras narração de romances calientes, como em
“Mar morto” e “Capitães da areia”, usou como pano de fundo o
cais com seus trapiches e o mar, aquele que dá vidas mas também as
tira!
Como
comentar literatura sem citar metáforas? Ninguém melhor que o
chileno Pablo Neruda um dos mais importantes poetas da língua
castelhana e, a amada Matilda lhe inspirou muitas, muitas metáforas!
Como em “Cem sonetos de amor”.
Clarisse
Lispector, com “A hora da estrela”, foi capaz de mostrar os
sonhos da maioria dos jovens brasileiros de pouca renda e a única
hora em que o “povão” se torna estrela.
Se
dermos um pulo pela literatura infantil, encontraremos muitos autores
de peso como Bartolomeu Campos de Queirós; Lia Luft; Sílvia Orthof;
Monteiro Lobato; o teatro de Ana Maria Machado; os irmãos Grimm...
Tantos que se consolidaram e os contemporâneos que vem se
despontando no mercado.
Vamos
ao exterior. Como um jovem pode viver sem os mistérios de Sidney
Sheldon, deixou marcas com “O outro lado da meia noite” ou os
romances policiais, como “Morte sobre o Nilo”, de Ágatha
Christie? Shakespeare
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